Poesia

NUM TORPEDO

O que por você fizer, será nenhuma loucura.

E sinto que parecerá natural, incertezas poucas,

De tantas quantas ainda junto a você...

Talvez mais revoluções comparadas a outras.

O que faço por isso é tão insano,
e nem quero entender por que.
Tudo que nunca fizermos, sentirei mais na falta de acontecer!
E o que nós vivermos ninguém achará normal porque jamais seremos.
O todo que somos também será tudo que amarmos,
E quer seja ou deixe de ser,  quer num torpedo...
Será enquanto esse amor viver.

                                                        Afranio Campos

O CORPO ANIMAL  

Quando você mergulha no meu corpo,

Vejo o desejo desse animal,

Você fica tão transparente,

Você fica tão ardente,

Você fica tão atraente,

Com cheiro de amor,

Nossos corpos se juntam,

Como se fosse um só,

A melodia da aventura,

Desperta mais um momento,

E ai tudo acontece,

Os olhos se atraem,

As bocas se unem,

Os corpos se abraçam,

E vivemos momentos inesquecíveis,

E falamos de amor,

Como se fosse para toda vida.

                                                   Jailson Santana

SER

Ser é sentir a si mesma
É ser capaz de se ouvir, se gostar, se entregar
É se deleitar com o próprio gozo
Ser é mostrar-se como verdadeiramente se é
Natural, espontânea, inteira...
É viver sem medo da própria sombra
Mas também não ter medo de
Fazer brilhar a própria luz
Ser é um estar narcisista
De se ter, se desejar, se amar
Ser é ter prazer em ser o que se é
Sem máscaras, sem aparências
É se ver refletida no espelho
E se entregar a própria Dança,
À Dança da Vida!

                         Diane Maria - Julho/2013

Descobertas

Árvore poderosa

Que jamais vou esquecer

As conquistas foram várias 

Outras para acontecer

Tudo é uma questão de tempo

Só me resta agradecer

   

Eu falo com muita alegria

E também muita esperança

Pois a nossa criança

Aflora com a Biodança

E a nossa Árvore acreditada

Nos trás muita segurança

                           
                            Ana Lucia Ferreira Santos - 28/11/2007

O sabor do pêndulo

Peito aberto

Alma ao vento

Leve impulso

E vai...

Começa o balançar acelerado.

Boca seca

Tremedeira

Frio na barriga

E vai...

Gosto amargo

Medo e lágrimas

Tempestade

Frustração.

Outra vez...

Abre novamente o peito

Abre novamente a alma

Sente o impulso

E vai...

Mais lágrimas

Chuva fria

E um novo sabor...

Doce?

Azul?

Jasmim?

Não sei...

Outra vez...

Respira fundo

Ventos novos

Cheiro lilás

que entra pelas narinas.

Alma nova

tecida de primavera perfumada.

Mais um impulso

TUM, TUM, TUM, TUM...

Rápido!

E vai...

Ah!...

TUM, TUM, TUM, TUM...

Ah!...

TUM

TUM

Ah!...

Novo embalo cor de laranja

Feito sol nascendo no peito

Feito vida brotando gostosa

Ah!...

Sabor novo de alegria

Sabor de desafio

Sabor de liberdade anunciada.

Ah!...

Sabor de lembrança nova

Nascida agora

Num outro balanço.

Ah!...

Sabor do coração ritmado

De poesia nova

De abraços outros

que a vida dá.

Sabor de outro fim.

Sabor de outro meio.

Sabor de RE-começo.

                        
                         Raquel Besnosik - Em 19/7/10

TANGO

No mesmo mergulho, todas as danças.

Dancei rumo ao “re-conhecido” e, por fim, me encontrei.

Dancei o prazer do encontro, o olhar dividido, o gesto compartilhado.

Dancei o choro de alívio por ter finalmente chegado no lugar tão esperado.

Dancei o colo gostoso, o cheiro familiar e novo, o toque amoroso e gentil.

Dancei a dança forte e sensual, os corpos suados, o ventre vibrante.

Dancei o beijo suave, o amor dividido, a lágrima calma de alma limpa.

Dancei dois, embora fosse uma.

Dancei somente um quando era dois.

Dancei plural porque sou muitas.

Sou uma roda inteira de possibilidades e prazer.

Dancei singular porque sou enfim identidade demarcada.

Dancei os pares que quis dançar, no êxtase que me pertence, forte, intenso, saboroso, porque descobri que quando minha alma quer... vermelha, dramática, apaixonada... minha alma é um tango!

                          Raquel Besnosik- 21 de Outubro de 2010